O Candidato Cadáver (II)

A apresentação da saga O Candidato Cadáver continua, agora com a apresentação de mais uma estrela, Múmia Alegre.

Múmia Alegre, membro histórico da Cripta Socialista, apresenta-se nestas eleições para a presidência do Cemitério chamado Portugal como a alternativa livre, independente e culta do lado esquerdo do Cemitério. Ao inquérito cultural feito aos candidatos, Múmia Alegre foi o único que sabia o que era uma quintilha em redondilha menor (Cadáver Silva recusou dar uma opinião por achar o tema da pequena propriedade rural irrelevante para as eleições, e Muribundo Soares disse que se tratava de um bivalve alongado... mas mais redondinho). Alega ter sido apunhalado pelas costas por Jazigo Sócrates que preferiu apoiar Muribundo Soares em vez do jovem (!?) Múmia Alegre.

Contra os principais candidatos, o candidato independente diz que, ao contrário de Cadáver Silva, ninguém verá Múmia Alegre a falar de boca cheia enquanto come bolo-rei por duas ordens de razões: primeiro porque o bolo-rei evoca o antigo regime monárquico e vai contra os ideais do 25 de Abril, e segundo, porque é pura e simplesmente uma badalhoquice de primeira. Em relação a Muribundo Soares, diz que a sua grande vantagem é ainda se lembrar onde estacionou o carro e saber fazer rimas mais catitas do que "Soares é fixe,/ vamos ao banho em Peniche,/ faz mal o haxixe/ e não gosto do Maniche".

Múmia Alegre ameaça assim intometer-se na disputa pelo Cemitério nacional contra tudo e contra todos. Não percam os próximos episódios porque nós... também não!