sábado, dezembro 10, 2005

O Candidato Cadáver (III)

Depois de dois episódios recentes de tortura física e psicológica protagonizada pelo visionamento do filme 2001: Odisseia No Espaço (e eu que esperei tanto tempo para finalmente ver esta treta do princípio ao fim, ia-me deixando dormir de 5 em 5 minutos...) e por 36 horas sem internet (o drama... o horror...), e ainda recuperando do choque, continuo aqui com a apresentação de mais duas estrelas da cineblogonovela O Candidato Cadáver.
Jerónimo de Sorumbático, representante da velha guarda do lado esquerdo do Cemitério chamado Portugal, avança nestas eleições com um objectivo concreto: lutar contra o candidato do lado direito, Cadáver Silva, pessoa que, segundo ele, "pisca o olho à direita, governa contra os trabalhadores, e quer pôr em prática a política do quero, posso e mando". Como manifesto político, Jerónimo de Sorumbático promete dedicar-se às causas sociais: "comigo nenhuma campa será favorecida ou desfavorecida. Todas terão direito a flores, de preferência cravos vermelhos, os símbolos religiosos serão obviamente retirados, e todos esses capitalistas que querem mandar neste cemitério verão confiscados quaisquer elementos exteriores de riqueza". Fala-se ainda da hipótese de mudar a tradicional Festa do Cavante para Vilar de Perdizes, onde Jerónimo tentará usar os poderes do oculto para manter o seu partido jovem e quem sabe talvez estabelecer contacto com o antigo líder histórico, Álvaro Coveiro.
Para evitar que seja apenas mais um candidato da esquerda, o Comité Criptal do Partido Cemiterial vasculou os ossos que andavam espalhados no seu túmulo e chamaram para servir de reforço à campanha a camarada Odete Sangria. Odete Sangria, outra histórica do Partido Cemiterial, promete empenhar-se de cadáver e alma para estas eleições e já lançou o repto: "o Cemitério ainda há-de ser nosso outra vez!".

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