Agora isso é que dava mesmo jeito!

Depois de assistir ao jogo Glorioso 1-0 Liverpool, uma coisa me inquietou o espírito. Será que a Televisão Digital, com todas aquelas opções inúteis como escolher as câmaras para seguir o jogo ou aceder às estatísticas dos jogadores, também tem uma opção que nos permite calar o Gabriel Alves, o famoso comentador desportivo que detém o recorde nacional de maior número de bitaites/bacuradas por minuto?
É que, se prestaram atenção ao que saía daquela boca, ele limitava-se a pegar na última palavra que o seu colega de reportagem dizia e depois continuava por aí fora que ninguém mais o agarrava! Um exemplo fictício (ou se calhar talvez não) do tipo de discurso deste senhor pode ser o seguinte:
Luís Baila: "E o guarda-redes do Liverpool faz uma defesa do outro mundo, atirando-se para a relva molhada!"
Gabriel Alves: "Muito molhada, mesmo! Molhada como algumas amigas que conheci nos loucos anos 60, senhoras que eu engatava ao som dos Beatles, a banda da cidade de Liverpool, senhoras que depois era ali mesmo na relva... Relva molhada, lá está! Molhada como o mar, incrivelmente molhada como a chuva que apanhava em Moçambique em mil nove e sessenta e nove... Moçambique, esse belo país africano que faz lembrar a Guiné, onde me lembro de ver um taxista de seu nome Júnior Macanga, que era guarda-redes no Estrela de Bissau até ao momento em que se transferiu para o F.C. Katanga de Angola, clube onde jogou ainda a defesa-central, lateral, médio, extremo, avançado e ainda vendia tremoços na bancada quando o Katanga jogava em Casa. Sim senhor, grande Macanga! O homem até parecia vir de outro mundo... Por falar nisso, veio-me agora à memória aquela vez em que fui raptado por um OVNI numa rotunda em Alcabidexe. Eles até eram simpáticos, tinham a forma de uma cabaça e pagaram-me um bitoque e uma litrada de tinto e depois... and so on, and so on..."