Memórias de uma prospecção (VI)
Um cadeirão com uma almofadinha, uma cadeirinha, um banquinho e uma grade vazia de minis, ali, tudo juntinho, ao pé do poço. E sem ninguém à volta, volto a lembrar. Ora, não sei se sou só eu, mas isto parece-me muito pouco normal (mesmo num sítio como Morais onde tal palavra não existe). Daí que eu avance, aqui e agora, em primeira mão, a minha teoria sobre o que aconteceu naquele fatídico dia em Morais.
Parece-me óbvio que, naquela manhã, alguns dos populares juntaram-se junto ao poço para beber umas bejecas e jogar uma suecada. Até que, de repente, surgiu uma nave extraterrestre, raptou não só estes populares mas todos os outros habitantes inocentes de Morais para fazer experiências, lavagens cerebrais, colocar sondas anais (isso explica a almofadinha no cadeirão) e todas essas coisas que os E.T.'s fazem. Depois beberam as minis, jogaram uma suecada e, antes de se porem a caminho, deixaram do outro outro lado da estrada aquele conjunto de objectos como que a dizer: "Epá pessoal, isto aqui foi muito bom, gostámos da cerveja e agora queremos provar também o vinho e um ou outro enchido cá da terra. Encham-nos aí as grades e ponham as chouriçadas no contentor que aí pela hora de almoço a malta volta cá outra vez, pode ser?"
É claro que, perante este cenário pitoresco e por consenso geral, decidimos desaparecer imediatamente dali a alta velocidade, assim que aqui o je tivesse tirado as fotos que provam este fenómeno insólito em Morais, a terra onde tudo pode acontecer.
Nada me consegue convencer que não foi isto que aconteceu naquela manhã. E não venham com coisas de "Ah e tal, aquilo era Carnaval eles estavam era na reinação com a malta de Lisboa" porque vocês nunca foram a Morais e não sabem como é aquele sítio, que mete o saudoso jornal O Incrível a um canto com o seu dia-a-dia.
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