terça-feira, maio 16, 2006

Memórias de uma prospecção (XI)

Reciclagem por terras transmontanas? Talvez não, talvez não...
Se forem pela estrada que sai da povoação de Morais (e que também entra em Morais, dependendo da vossa direcção...), Macedo de Cavaleiros, correm o risco de se depararem com este monumento à beira da estrada:

A placa diz: Ecoponto - Município de Macedo de Cavaleiros - Monstros Domésticos. Sim, leram bem: trata-se de um Ecoponto, e logo para Monstros Domésticos! Não acreditam? Vejam melhor:

Ora, face a isto, duas questões me atormentam o juízo: 1- "Aquele contentor de despejo é um ecoponto??" e 2- "O que é exactamente um «monstro doméstico»??"

Já que a primeira questão me parece idiota - de certeza que dentro do contentor estão dois anõezinhos a separar o lixo, daqueles que trabalham para o Pai Natal no Inverno a fazer brinquedos -, vamo-nos concentrar na outra dúvida: "Mas então que raio é que é um monstro doméstico??"

Eu pessoalmente não tenho nenhum monstro em casa (para isso já chego eu...), não sei se é falha minha e se o governo ainda me vai multar por isso mas cá em casa não entra nada disso. Peço desculpa, lamento, acusem-me de descriminação e insensibilidade mas o Monstro de Loch Ness, o Yeti e os seus amigos não vão encontrar aqui abrigo.

Mas, não se esqueçam, estamos a falar de uma região do nosso país onde tudo pode acontecer (é só verem as outras 10 memórias que eu aqui deixei e umas quantas que ainda me faltam postar). De facto, a região de Macedo de Cavaleiros e arredores é oficialmente a Twilight Zone portuguesa. É provável que o Zé das Couves ali da aldeia, cujo tareco faleceu recentemente, tenha comprado um sasquatch ou Big Foot para lhe fazer companhia e aquecer os pés durante as noites frias de Inverno. Lembrem-se, malta: é Macedo; tudo pode acontecer.

A outra hipótese para explicar isto (e igualmente credível) é que por «monstro doméstico» se entenda "um monstro que habite em casa connosco". Ora, não preciso de me esticar muito para que entendam que, depois de 20 ou 30 anos de casamento, se olhe para o respectivo cônjuge de uma maneira diferente - a pombinha e o tigre da noite de núpcias vão evoluindo rapidamente para a baleia e o urso, respectivamente. E é esta a explicação mais lógica no meu entender - aquele ecoponto serve para que a malta se livre do animal ou monstro que tem em casa. Lembro de novo que estamos a falar do interior transmontano, a terra do buço. Acreditem: monstros humanóides é coisa que não falta lá!

2 comentários:

Toze disse...

Obrigado pelo excelente Post Angolano , eheheheheheh!

Realmente tens razão, aquela merda, parece mesmo que passou por lá a fiscalização ! Tou a ficar velho é o que é...mas a javardice vai voltar aparecer , mais tarde ou mais cedo :)))))))))))

Grande Abraço

7ubal disse...

Eheheh!
É sempre um prazer contribuir para o Ministério da Soltura!
Long live the Ministério!