sexta-feira, julho 07, 2006

Das efemérides

A 7 de Julho de 1099 teve início o cerco de Jerusálem, no âmbito da Primeira Cruzada. Tomada a cidade, o resultado foi este: «A repressão fora violenta. Os árabes que se encontravam no pátio da Grande Mesquita foram exterminados à espada e às lançadas. Aos judeus coube um destino pior, queimaram-nos vivos. Mataram inclusive os animais domésticos. (...) Até hoje os historiadores embaraçam-se com o número das vítimas que os cristãos fizeram em Jerusalém. Oscilam entre 6 mil a 40 mil mortos. Segundo o arcebispo Guilherme de Tiro, a cidade oferecia tal espetáculo, tal carnificina de inimigos, tal derramamento de sangue que os próprios vencedores ficaram impressionados de horror e descontentamento.»
A 7 de Julho de 2006, se dermos uma olhadela pela região, é este o cenário: «Israel mantém ofensiva em Gaza e número de vítimas cresce». Parece que, mesmo com mais de 900 anos de discernimento em cima (será?), continuamos a não aprender nada com a História. Mudou o nome e a religião dos assassinos e dos massacrados mas a situação (o desejo de extermínio do outro incómodo apoiado por falsas morais e interesses poderosos) mantém-se.
Ou a criança palestiniana ensanguentada que vi hoje no Telejornal é na verdade um vil e louco terrorista de irracionais instintos homicidas? Afinal quem são os terroristas no meio disto tudo?
O mundo ocidental demorou muitos séculos a reconhecer os massacres que caracterizaram as Cruzadas. Vai demorar tanto tempo assim para que reconheçam o que Israel está a fazer?

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