sexta-feira, setembro 15, 2006

Poesia bocagiana I

Hoje, 15 de Setembro de 2006, comemoram-se 241 anos do nascimento de uma das figuras de proa da nossa literatura e a personalidade mais ilustre que Setúbal viu nascer: Manuel Maria Barbosa du Bocage.
Para evocar a efeméride, o Dentro e fora vai, a partir de hoje e pelo menos uma vez por semana, dedicar um pequeno espaço do blog à outra faceta do Elmano Sadino, o seu lado brejeiro (que, no fundo, é aquele que nós gostamos mais).
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Soneto do epitáfio
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Lá quando em mim perder a humanidade
Mais um daqueles, que não fazem falta,
Verbi-gratia — o teólogo, o peralta,
Algum duque, ou marquês, ou conde, ou frade:
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Não quero funeral comunidade,
Que engrole "sub-venites" em voz alta;
Pingados gatarrões, gente de malta,
Eu também vos dispenso a caridade:
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Mas quando ferrugenta enxada idosa
Sepulcro me cavar em ermo outeiro,
Lavre-me este epitáfio mão piedosa:
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"Aqui dorme Bocage, o putanheiro;
Passou vida folgada, e milagrosa;
Comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro".

1 comentário:

7ubal disse...

Para os mais interessados, os sonetos que eu vou aqui colocar são uma selecção de uma outra selecção que podem encontrar na net em http://paginas.terra.com.br/arte/PopBox/bocage.htm .