Poesia bocagiana VII
O
Soneto do pregador pecador
.
Bojudo fradalhão de larga venta,
Abismo imundo de tabaco esturro,
Doutor na asneira, na ciência burro,
Com barba hirsuta, que no peito assenta:
.
No púlpito um domingo se apresenta;
Prega nas grades espantoso murro;
E acalmado do povo o grão sussurro
O dique das asneiras arrebenta.
.
Quatro putas mofavam de seus brados,
Não qu'rendo que gritasse contra as modas
Um pecador dos mais desaforados:
.
"Não (diz uma) tu, padre, não me engodas:
Sempre me há de lembrar por meus pecados
A noite, em que me deste nove fodas!"
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