quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Apre!!


Com estas medidas, receia-se que um dia, todos os polícias sejam assim:

Finalmente os portugueses passarão a ter pena dos criminosos.

Tenham fé

Primeiro foi o jornal O Independente que fechou as portas, agora é a Universidade Independente que está encerrada. Seguindo esta linha de raciocínio pode ser que a Televisão Independente (TVI) vá com os porcos lá para o início do Verão!
Haja fé e esperança!

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Diz que é um livro do c@r@lh*

Sexólogo Nuno Monteiro Pereira lança livro sobre o pénis

Breves comentários aos Oscars 2007

- Como já vem sendo habitual, premiados previsíveis e que respondem aos principais lobbys no seio da Academia e fora dela (tal como as Miss's, a cerimónia dos Oscars está demasiado "politiquizada").
- Mal vai Hollywood quando dá o prémio de melhor filme a um remake e nem sequer foi capaz de nomear o filme original para melhor filme estrangeiro em 2003 (parece que além do americano comum, também os juízes da Academia não gostam de ler legendas e preferem que se "descomplique" e "americanize" as histórias).
- Salva-se a alguma coerência na atribuição dos prémio de melhores actores (sendo o de melhor actriz secundária discutível).
- O resto nem merece comentário, tal foi a banalização a que se assistiu.

Música para a semana

INXS - Wild Life


Aqui ou no player aí do lado direito.

domingo, fevereiro 25, 2007

Here we go again...

"O Pentágono criou uma comissão para planear um ataque à bomba que pode ser posto em prática 24 horas depois da ordem do presidente dos EUA, George W. Bush"

Bem me parecia que o preço do petróleo estava estável à tempo demais...

Poesia bocagiana XVII

Soneto do corno interesseiro
.
Uma noite o Scopezzi mui contente
(Depois de borrifar a sacra espada
Que traz de rubra fita pendurada
Com cuspo, e vinho, que vomita quente):
.
Conversava co'a esposa em voz tremente
Sobre a grande ventura inesperada
De ser a sua Plácida adorada
Por um Marquês tão rico, e tão potente:
.
A velha lhe replica: Isso é verdade;
Enquanto moça for, nunca o dinheiro
Faltará nesta casa em quantidade.
.
"Mas tu sempre és o tafulão primeiro:
Pois tendo cabrão sido noutra idade,
És agora o maior alcoviteiro!"

Deadwood

"A hell of a place to make your fortune"

Apresento-vos o meu mais recente vício televisivo, a série Deadwood, produzida pela HBO, que nos deu a conhecer outras grandes séries como The Sopranos, Rome, Six Feet Under e muito mais.

A história passa-se no Oeste americano, na recém-construída povoação de Deadwood, Dakota do Sul, alimentada pela corrida ao ouro após a expulsão das populações índias da região. Entre shots de whisky, negócios sujos, tiroteios, prostituição e mais whisky, é este o dia-a-dia dos habitantes de Deadwood, numa reconstituição para televisão muito, mas mesmo muito bem conseguida e que recupera até algumas personagens reais do Oeste americano como Wild Bill Hickok e Calamity Jane.
Infelizmente em Portugal, ainda nenhum canal (nacional ou por cabo) se interessou em exibir esta série. Encontram-se à venda no nosso país a primeira e segunda temporadas (nos Estados Unidos vão actualmente na terceira) de Deadwood em DVD pelos 45€ do costume por cabeça*.
Recomendo vivamente, até para quem não é grande apreciador de westerns (como eu não o era).
* Não vos vou mentir, por isso digo-vos que só conheci e apreciei esta série graças aos programas de partilha de ficheiros pela internet. Não é que ache a edição em DVD cara para o que é mas, nos tempos que correm, custa muito dar assim nove contos na moeda antiga. Talvez um dia invista na edição oficial depois de andar a ver a pirateada (já não seria a primeira vez que eu fazia isso).

sábado, fevereiro 24, 2007

Pensamento profundo do dia

«Maçãs responde-se com maçãs»

- Henrique Granadeiro, Sol

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Acabou o carcanhol para o fogo-de-artifício da Madeira...

... de maneiras que agora temos disto:
Um espectáculo de luz e som para toda a família e sem gastar um tusto (tirando o pormenor do som e a maior parte da luz...)!
A crise aperta e calha a todos e isto é o que se pode arranjar nesta altura. Toma lá ó Adalberto, com a cortesia aqui dos "cubanos do rectângulo"!

Zeca

Faz hoje 20 anos que desapareceu José Afonso, mais conhecido como Zeca, a voz da resistência à opressão do Estado Novo.
Quando cada vez mais há por aí gente a pedir a vinda de um novo Salazar, ponham os olhos neste homem e, através da sua música, compreendam o que ele denunciava.
Fiquem com uma música dele da minha preferência, o Coro dos Tribunais, que, como muito do que Zeca Afonso escreveu e cantou, continua infelizmente ainda muito actual. Está aí no player do lado direito.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Lá está o "Guga Niús" a fazer mais uma das suas...

Aberta a página inicial do Google News Portugal e não satisfeito com as principais coisas que se passam nesta tristeza de mundo, decido explorar um pouco mais as notícias ao clicar nas barras temáticas do lado esquerdo.
Ora vejam só o que ele me atira como segunda notícia de entretenimento do dia:
E ainda por cima com o Jamiroquai como imagem da dita notícia!

Eheheh... Este Guga de vez em quando tem destas piadolas. Um galhofeiro, é o que ele é!

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

A rua onde eu moro...

A rua onde eu moro é uma rua relativamente sossegada. Nunca acontece nada assim de muito especial. Nada que me chateie, portanto.
Hoje aconteceu isto:
Felizmente o carro não era meu. Nada que me chateie, portanto.



Nota: a foto foi tirada com o telemóvel. Daí o facto de o céu ser uma enorme mancha branca. Não pensem que isto é o Entroncamento.

A "pièce de résistance" ou "o fim da macacada" em bom português

Depois de Britney Spears, a mais nova maluquinha de Hollywood, ter rapado o cabelo, sabe-se hoje que a dona do cabeleiro que atendeu a tontinha colocou os seus cabelos à venda no eBay, «juntamente com a máquina do corte, um isqueiro e a lata de Red Bull, por onde a cantora bebeu», tudo pela bagatela de 760 mil euros, coisa pouca.
Se dispõem de tal quantia, aconselho-vos vivamente a fazer este investimento , sendo certo que depois da estupidez que fizeram, eu rezarei para que tenham uma morte lenta e dolorosa enquanto são violados por 50 rinocerontes do Kalahari, ao mesmo tempo que o Stevie Wonder vos faz uma delicada lobotomia usando só uma rebarbadora e uma moto-serra e ouvem o Oceano Pacícifo na rádio, espaçado de 2 em 2 minutos por músicas da Floribella

Estranhas coincidências

Ou se trata realmente de uma coincidência do caraças, ou alguém em Inglaterra está com medo de ver as entranhas do mais novo sucessor ao trono espalhadas no passeio de um qualquer bairro de Bagdad.

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Há pessoas que realmente davam filmes...

- Alberto João Jardim anunciou que irá erigir (com dinheiros do rectângulo) uma estátua de Idi Amin, representado por Forest Whitaker no recente filme "O Último Rei da Escócia", por ser um modelo de virtudes e, acima de tudo, um grande madeirense como ele próprio;
- José Sócrates anunciou um novo mega-projecto, uma estátua de 100 metros de altura da personagem de Jim Carrey em "O Mentiroso Compulsivo". Adiantou ainda que esta construção irá criar 8000 postos de trabalho directos e 30000 indirectos;
- O Senhor Silva apresentará um decreto-lei para a construção de um monolíto negro como o de "2001, Odisseia no Espaço" que ocupará o Palácio de Belém sempre que o Presidente esteja ausente. «É muito parecido comigo: não fala, não ouve, não comenta, mal se mexe mas causa calafríos em toda a gente e, embora não faça rigorosamente faça nada, todos percebemos que está a tramar alguma», terá anunciado o Senhor Silva, concluindo ainda que «só é pena que a minha mulher o ache mais bonito que eu e não coma bolo-rei, fora isso até é um tipo às direitas e tem mais sentido de humor que eu»;
- Ribeiro e Castro pretendia construir uma estátua do "Homem-invisível", dizendo que tem muito a ver consigo e com o partido que lidera, mas forte oposição no interior do partido forçaram-no a aprovar uma estátua em homenagem de Paulo Portas com a personagem Travis Bickle (Robert DeNiro) de "Taxi Driver";
- Pinto da Costa quer construir em frente do Estádio do Dragoum um memorial a Keyser Soze (Kevin Spacey), personagem de "Os Suspeitos do Costume", para dar sorte na tentativa de escapar à justiça;
- Por sua vez, Carolina Salgado vai pegar no dinheiro que ganhou com o livro e construir uma estátua da personagem de Uma Turman em "Kill Bill". Diz que representou para ela uma fonte de inspiração;
- Maria José Morgado vai mandar erigir uma estátua a Elizabeth Taylor na pele de "Cleopatra" em homenagem aos seus olhos exageradamente pintados;
- Os deputados da Assembleia da República vão distribuir entre os portugueses várias réplicas da personagem de Sacha Baron Cohen em "Borat", ídolo que imitam orgulhosamente todos os dias no Parlamento e que deveria servir de modelo para o resto dos portugueses.

Para a próxima façam um desenho

Que vergonha... Um senhor doutor com tantos anos de política que não sabe ler um processo judicial... Só falta agora meterem a culpa na TLEBS...

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Música para a semana

I Wanna Live, dos Bodyrockers. Uma grande malha que poderão ouvir aí no player do lado direito (já que não consigo reproduzi-lo aqui no post... treta de Blogger!).

domingo, fevereiro 18, 2007

W.T.F.!!

A ex-queridinha e agora totalmente-parvinha Britney Spears decidiu dar nas vistas mais uma vez... agora, rapando o cabelo:

Britney, 'pá, talvez assim te julgues menos loira, mas presta bem atenção a isto ao que te vou dizer.

Esta é a miúda mais gira de sempre com o cabelo rapado:
Simplesmente linda e incomparável.


Esta és tu:
Ridícula, patética, e a muitos, muitos anos-luz de distância...

É que francamente, se querias dar outra vez nas vistas bastava abrir de novo as pernas para os paparazzi (e em termos de povoamento capilar, está agora ela por ela entre a parte de cima e a parte de baixo). O quê? não viram essas fotos? Mas toda a gente viu! OK, OK, podem ir aqui.

Poesia bocagiana XVI

O
Soneto do mouro desmoralizado
.
Veio Muley — Achmet marroquino
Com duros trigos entulhar Lisboa;
Pagava bem, não houve moça boa
Que não provasse o casco adamantino:
.
Passou a um seminário feminino,
Dos que mais bem providos se apregoa,
Onde a um frade bem fornida ilhoa
Dava d'esmola cada dia um pino:
.
Tinha o mouro fodido largamente,
E já bazofiando com desdouro
Tratava a nação lusa d'impotente:
.
Entra o frade, e ao ouvi-lo, como um touro
Passou tudo a caralho novamente,
E o triunfo acabou no cu do mouro.

Bem me parecia que era bom demais para ser verdade...

Jardim pode bater com a porta, mas para voltar a candidatar-se

sábado, fevereiro 17, 2007

Aviso aos pretendentes


E atenção, estou a falar desta Fiona:

Não desta:

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Espaço pub

Provavelmente, o melhor anúncio de sempre, 30 segundos de puro delírio:


E acredito que a solução para os actuais problemas de instabilidade de Timor Lorosae está aqui, exactamente no insecticida que africano que adoptou o nome daquela terra. Xanana e companhia ponham os olhos nisto e adoptem esta autêntica filosofia de vida - menos estalada e mais palmas!

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Dicionário ilustrado (3ª entrada e em inglês!)

Bushmen, primitive - adj. + noun (pl.), old race of people from southern Africa who live and hunt in the African bush; the ancestors of actual U.S.A. President George W. Bush, who were best known for their agressive, selfish, megalomaniac and stupid nature (see image).

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Diz que hoje é o Dia dos Namorados...

... ou será antes o Dia dos Encalhados??

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Correio da Manhã no seu melhor

Não percam o impressionante trabalho de jornalismo na peça Sexo no Alentejo atravessa crise, dedicado às alternadeiras que exercem no Alentejo e que são forçadas a fazer "preço de saldo" face à concorrência espanhola (não bastava já a concorrência nos combustíveis e tabaco, agora até as senhoras da vida espanholas competem com as nossas!).
Enconcratm a repostagem aqui. Destaco algumas passagens:
- “Para ganhar algum dinheiro que dê para enviar para a família cobramos por programa um preço igual ao praticado há dez anos. Tem de ser assim para podermos sobreviver. Já ando à procura de um trabalho decente para conseguir juntar dinheiro” (tcs, tcs, tcs... algumas vêem-se mesmo forçadas a arranjar emprego... Onde é que isto vai parar? Para isto não olha o Governo.);
- “São espaços desconfortáveis e com pouca higiene. Os bares têm entre três a cinco mulheres, quase todas brasileiras provenientes das grandes cidades. São poucos os que têm mais de dez prostitutas” (mais uma vez vemos o pequeno comércio a perder para as grandes superfícies... Raisparta o capitalismo!);
- Ao contrário do que acontece noutras regiões do País, no Alentejo já não aparecerem mulheres para trabalhar nos bares com mais de 45 anos. “A maioria tem bom aspecto físico. Os proprietários dos bares sabem que é preciso combater a concorrência espanhola” (também aqui não há esperança de emprego para os menos jovens...);
- Enquanto as prostitutas em Portugal desesperam por clientes, do lado de lá da fronteira qualquer dos dias da semana serve de pretexto aos portugueses para uma visita aos serviços do sexo (sim, sobretudo se a desculpa for atestar o depósito mais barato e comprar tabaco, até as próprias esposas os incentivam a ir, apesar das altas horas da noite);
- Em Montemor-o-Novo, o Sagrado e o Profano vivem paredes-meias. Enquanto no bar de alterne A Estalagem os clientes se divertem e procuram sexo, ao lado, na Capela da Nossa Senhora da Conceição – propriedade privada ao serviço da igreja – são celebradas eucaristias (e ainda há quem diga que muitos sectores da igreja são retrógados!).

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Aí está a ira divina depois do resultado do referendo

Sismo abala Lisboa e o Sul do país

Depois venham dizer que aqueles panfletos com a santa era apenas demagogia...

Pontos de vista

Ontem, onde eu (e não só) vi mais uma prova da vergonhosa consciência de cidadania nacional, houve quem viesse orgulhosamente gritar à comunicação social que "este foi o referendo mais participado de sempre neste país" (bem, até que tem certa razão - dos três realizados, foi neste que menos gente ficou em casa de cu sentado no sofá, mas, quanto a mim, não é grande motivo de orgulho).

domingo, fevereiro 11, 2007

O pós-guerra (perdão, pós-referendo): conclusões e reflexões

1.- Tal como esperado, independentemente dos resultados, a abstenção transformou este referendo em mais uma enorme perda de tempo (e recursos). Perante isto só me ocorre dizer que "cada um tem o que merece", ou seja, Portugal e os portugueses tiveram o que mereciam, pois a política neste país é uma anedota e a responsabilidade cívica da maioria dos eleitores é simplesmente vergonhosa.
2.- Em 1998 não venceu o "Não", da mesma maneira que agora não venceu o "Sim". A forte abstenção tornou a votação de hoje não vinculativa. Após as 20h todas as televisões mostravam as várias sedes de campanha, do "Sim" e do "Não", em espalhafatosa euforia entre gritos de "Vitória, vitória" e garrafas de champagne. Abram bem os olhos: ninguém ganhou - todos perderam!
3.- Vale a pena insistir em referendos num país em que a maioria dos seus cidadãos eleitores estão-se literalmente borrifando para a participação cívica? Penso que, claramente, não, pelo menos da maneira como o referendo tem sido feito. Ou se acaba com esta palhaçada nacional que é o referendo ou se altera a sua estrutura, tornando-o vinculativo mesmo sem 50% de participação (e aí deverá ser chamado apenas de consulta popular) ou, de uma vez por todas se mete alguma ordem neste país e toma-se uma medida mais radical, como obrigar os eleitores a participar em todas as votações a que são chamados.
4.- Este referendo era totalmente escusado. Custou ao Estado cerca de 10 milhões de euros, causou discórdias, trocas de acusações e alguns momentos vergonhosos. E tudo isto para quê? Para literalmente nada! O país e a lei estão e continuarão na mesma até que haja coragem política para fazer o que tem de ser feito. A partir de agora é bom que os meninos políticos se passem a comportar como homenzinhos já crescidos e resolvam estas questões directamente na Assembleia da República ou, se isso der muito trabalho, podem-se inspirar no genérico da SIC aquando das projecções e lançar a moeda ao ar e está arrumado de vez o assunto.
Siga agora outro carnaval que, esse sim, é o original e mais interessante que este a que assistimos.

Por agora já está, vamos ver o que se segue...

Eram cerca das 9h40m e estava uma chuvinha irritante quando fui exercer o meu direito de voto, livre e não influenciável ou imposto. Acabei por não votar em branco como gostaria de ter feito, preferindo antes optar pela minha escolha como "voto útil".
As mesas de voto estavam praticamente às moscas, coisa natural àquelas horas. Estou confiante, contudo, que haja maior adesão neste referendo em relação ao anterior, apesar de saber que o único vencedor será, com toda a certeza, a abstenção.
É pena se assim for mas, e repito, se assim for, é bom que se reflicta bem nesta palhaçada nacional que é a realização de referendos da maneira como são feitos neste país.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Ah, o referendo!

Este Domingo é dia de referendo ao aborto, o que quer dizer que amanhã será supostamente o "dia de reflexão" e hoje é, então, o último dia em que se falará abertamente do tema. Isto contando que, ganhe quem ganhar, ambos os lados se respeitarão democraticamente (o que não tem acontecido até aqui) e finalmente teremos sossego depois de quase três meses de acusações e manipulações de parte a parte, seja na comunicação social, nas ruas e, pasmem-se (ou não), até e sobretudo na blogosfera.
As raras vezes em que trouxe a questão do referendo aqui ao blog foram apenas para ridicularizar e expôr o absurdo de certos promotores de campanhas. Nunca utilizei o blog para expor ou promover a minha escolha e também não será hoje que o farei.
Isto leva-me à primeira questão que queria aqui tratar: as inacreditáveis campanhas que foram feitas para este referendo. Desde santas a chorar, a argumentos falaciosos, mentiras descaradas e meias verdades, tivemos a oportunidade de assistir a tudo, de ambos os lados. O que deveria ser uma campanha eleitoral livre e democrática começou a transformar-se num autêntico campo de batalha onde faltou sobretudo o respeito e consideração em relação a quem pensa de maneira diferente, esquecendo-se que, se temos ainda uma coisa que é só nossa e é verdadeiramente livre, essa coisa é o nosso pensamento e pensar livre e diferentemente (ainda) não é crime (apesar de, cada vez mais, o mundo que George Orwell esboçou em Nineteen Eighty-four começa a tentar manifestar-se...). E o respeito pela liberdade de pensamento começa a ser afectado logo a partir do momento em que se formam partidos e partidários que levam a cabo campanhas que recorrem a tudo (insultos e mentiras, sobretudo) para conseguir a adesão do outro, pois em democracia é a maioria que tem e dá o poder. Cada indivíduo é livre e dono da sua própria decisão e não deve ser, de maneira nenhuma, influenciado por outros, ainda mais quando ambos os lados desta disputa afirmam que o que está em causa é uma coisa tão grave e pessoal como a interrupção voluntária de uma gravidez. Pois se é uma decisão assim tão grave e pessoal, deixem que cada um reflicta e tome a sua decisão livremente e não arrastem convosco pessoas que certamente estarão mal esclarecidas e que ouvem apenas a versão de cada um dos lados e não o problema no seu todo. E com isto tudo chegamos a uma triste e irónica reflexão: existirá movimento mais anti-democrático que a partidarização?
Outra questão que eu queria aqui tratar já foi sugerida no último parágrafo. Trata-se da informação e esclarecimento dos indecisos, ou, mais propriamente, a falta dessa informação e desse esclarecimento. Porque, meus amigos, informação não é expor os casos da mulher A que abortou e agora é mais feliz/infeliz ou da mulher B que não abortou e agora é mais feliz/infeliz, não é dissertar interminavelmente sobre a metafísica do ser vivo dentro do ventre materno nem é discutir a ira divina que recai sobre quem faz isto ou aquilo. Informar e esclarecer é pôr literalmente em pratos limpos, sem partidarização nem demagogias, o que está realmente em jogo neste referendo. Trata-se, sem rodeios nem artifícios, de uma proposta de alteração a uma lei do actual código penal. O problema, e é aí que começa a confusão e consequente desinformação, é na pergunta que foi colocada para votação. A pergunta não é, como muita gente pensa, "Concorda com o aborto? Sim ou não?"; infelizmente a pergunta não é assim tão simples (se assim fosse, penso que, tirando quem lucra com o aborto, a totalidade da população responderia "não") e tem que ser lida com muita atenção. A pergunta é, na verdade, a seguinte: “Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?” Já não é assim tão simples, pois não? Lendo com mais atenção, verificamos que são aqui feitas quatro perguntas, a saber:
1 - Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez?
2 - Concorda que a despenalização da interrupção voluntária da gravidez deve ser feita unicamente por opção da mulher?
3 - Concorda que a despenalização da interrupção voluntária da gravidez seja feita até ao prazo das primeiras dez semanas de gestação?
4 - Concorda que a despenalização da interrupção voluntária da gravidez seja feita em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?
Se para a primeira e última questão cada pessoa não deverá ter muitas dúvidas, já para as outras duas a situação complica-se. Agora, a estas quatro questões, relacionadas sim, mas distintas, é pedido ao eleitor que responda apenas com uma de duas opções: "sim" ou "não", independentemente do eleitor concordar ou discordar de um, dois ou três dos quatro pontos (na verdade, decomposta a questão, acho díficil encontrar alguém que diga "sim" ou "não" a todas). O descrédito que têm recebido aqueles que acusam a pergunta de ser enganadora é apenas mais um exemplo da desinformação que tem sido levada a cabo pelas várias campanhas. A isto acresce o facto de muita gente ainda ignorar a composição da lei actualmente em vigor e quais as excepções nela previstas. E quantas vezes assistimos nós a comunicações que visam esclarecer estas entrelinhas, que mais não são as partes que somadas resultam no todo? Muito poucas vezes, diga-se sinceramente e, com frequência, embora começando por parecer imparciais, acabam por se revelar tendenciosas.
O terceiro ponto que eu queria aqui salientar era o papel do governo de José Sócrates que, não só mentiu como é cobarde. José Sócrates fez da revisão da lei do aborto uma bandeira de campanha para chegar ao governo e, lá chegando e com maioria absoluta na Assembleia da República, não aprovou de imediato a lei como prometera, lavando as mãos ao empurrar a decisão para um referendo, pois o medo do veto do inquilino de Belém era grande demais e já à bem pouco tempo vimos um governo a ser demitido por um Presidente da República. Apenas mais uma mentira no meio disto ou, na verdade, a mentira que tudo começou. O mínimo que este governo poderia fazer era comprometer-se a realizar um novo referendo dentro de mais nove anos para que isto acabe de vez à melhor de três, tal é a brincadeira que parece ser a realização de um referendo neste país.
Para terminar, irei por fim emitir a minha opinião pessoal em relação ao referendo, sem nunca revelar ou propagandear qualquer tipo de partidarização. Gostaria, muito sinceramente, que a vitória deste referendo não fosse nem para o "sim" nem para o "não": no dia 11, a vitória deveria ir para a terceira via, o voto em branco. Não um voto em branco que revela indecisão e rejeição de responsabolidades, muito pelo contrário; este voto em branco representaria uma decidida manifestação de protesto, de insatisfação e descrédito no sistema político e nos eleitores que não sabem viver em democracia, pois as bases da liberdade cívica e do direito democrático estão podres neste país e o lixo mediático em que se transformou esta campanha é apenas a ponta visível do icebergue. Bem que eu gostaria de castigar o sistema político e alguns dos eleitores com um voto em branco, mas ao fazê-lo, receio desperdiçar assim o que poderá ser um "voto útil". Ainda estou neste momento na dúvida entre o branco e aquela que à muito tempo é, para mim, a escolha que considero o "mal menor" e só quando estiver na dentro da cabine de voto me decidirei definitivamente.
Sou contra a abstenção e, se aqui faço algum apelo é que vão todos votar no dia 11, seja em que quadrado for, com ou sem cruz, pois quem não reconhece o papel de estar em democracia, não merece dela fazer parte. Mas a democracia também não é um sistema político perfeito. Nunca o foi nem nunca o será, mas cabe a cada um de nós tentar melhorá-la um pouco participando dela. Como diria Winston Churchill nas suas sábias palavras, "a democracia é a pior forma de governo imaginável, à excepção de todas as outras que foram experimentadas".
A minha decisão é minha e a vossa é vossa, não desejo partilhá-la nem publicitá-la, não o façam também. Votem em consciência, por vós e não por outros.
E como está quase na meia-noite vou-me calar. Veremos depois o que haverá a dizer dia 12.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Dicionário ilustrado (2ª entrada)

Interesseiro - adj. e s. m., que ou o que só atende aos seus interesses; Pepe, jogador de futebol brasileiro do FCP que não consegue ser chamado à sua selecção e tenta dar graxa para entrar na nossa.
(comentário proferido após a vitória de Portugal por 2-0 sobre o Brasil em 06-02-07)

Para os que dizem que a Arqueologia não serve para nada...

Seria bom lerem esta ou esta notícia.
Apenas um exemplo das potencialidades desta ciência, haja interesse e vontade.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

As saudades que eu tinha destes alarmismos por esta altura do ano

Pandemia de gripe aviária mataria 32 mil em Portugal

Mais alguém além de mim está a pensar investir em acções da empresa que fabrica o Tamiflu?

Medo, muito medo...




Ou seja, assim: .
Tenham medo, muito medo...

terça-feira, fevereiro 06, 2007

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Goodness gracious them!

Índia pretende enviar satélite à Lua em 2010

O Dentro e fora apresenta os bravos heróis do programa espacial indiano:
Apu Nahasapeemapetilon, o destemido team leader,
e a restante equipa de apoio (um deles insiste em dizer que esta missão não é nenhuma novidade, já que Neil Armstrong e Buzz Aldrin, como toda a gente sabe, eram indianos).

domingo, fevereiro 04, 2007

Poesia bocagiana XV

Soneto anticlerical
.
Se quereis, bom Monarca, ter soldados
Para compor lustrosos regimentos,
Mandai desentulhar esses conventos
Em favor da preguiça edificados:
.
Nos Bernardos lambões, e asselvajados
Achareis mil guerreiros corpulentos;
Nos Vicentes, nos Neris, e nos Bentos
Outros tantos, não menos esforçados:
.
Tudo extingui, senhor: fiquem somente
Os Franciscanos, Loios, e Torneiros,
Do Centimano aspérrima semente:
.
Existam estes lobos carniceiros,
Para não arruinar inteiramente
Putas, pívias, cações, e alcoviteiros.

Epá, pôr os Moonspell a cantar o Noddy ainda vá que não vá...

... agora pôr o João Braga a cantar em inglês?!?!?!
Epá, Gatos, vocês estão a falhar à grande... E já agora fiquem a saber que dos vossos últimos programas fraquinhos, este foi o mais fraquinho de todos.

sábado, fevereiro 03, 2007

Cavaco "Pilatos" Silva

Isto faz lembrar a história de Pilatos que, a pedido dos judeus, libertou o criminoso Barrabás em vez de Jesus.
No entanto há uma pequena diferença: ninguém pediu ao Senhor Silva para libertar este criminoso; o seu acto foi, pura e simplesmente, estúpido e a estupidez por detrás disto é apenas dele. Não adianta desculpar-se que não lhe foi dada a informação de que o preso que soltou anda fugido à justiça; se o Senhor Silva não é capaz de se informar minimamente do que está a fazer quando lhe metem à frente um papel para assinar, então não é capaz de cumprir o cargo que ocupa.
E depois é ver a comunicação social a cair em cima apenas do ministro Pinho quando este palerma faz gaffes piores e muito mais graves.

Tem "lazão", "senhol" "Sóclates"

Pois... Da maneira que isto anda, também nós já começamos a ver a vida de olhos em bico...

It's just not the same...

Acabei por escolher ver ontem o Freddy para matar saudades mas... parece que já não é a mesma coisa.
Tal como outros filmes, músicas, jogos e outras coisas que eram fabulosas nos anos 80, A Nightmare On Elm Street parece padecer do flagelo que afecta muitos destes ícones, que parecem perder a mística ao serem vistos pelos olhos de hoje, não alcançando aquele lugar eterno nas nossas memórias ao vencer o "test of time".
Não deixa de ser um bom filme de terror e que incluir uma das cenas mais marcantes para mim(a da silhueta do Freddy Krueger a tentar atravessar a parede enquanto a Nancy está a dormir) mas... parece que já não é a mesma coisa...
Freddy, , desculpa lá, mas já não me metes medo.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Iiiii... C'um catano!!

A RTP1 e a SIC vão transmitir esta noite dois dos grandes ícones do cinema dos anos 80.

A televisão do Estado recupera o clássico do terror A Nightmare on Elm Street (Pesadelo em Elm Street), o primeiro filme da série que trouxe até nós o simpático e afável Freddy Krueger, aquela que foi provavelmente a única personagem cinema que não me deixava dormir descansado quando era bem novinho (bem, talvez o Skeletor de Masters Of The Universe me tenha assustado um bocadinho na altura, mas depois estava lá o He-Man e os seus amigos idiotas, portanto eu estava mais tranquilo...). Outro ponto de interesse deste filme é que marca a estreia em cinema de um rapaz imberbe na altura chamado Johnny Depp (eu só tinha notado ele pela primeira vez como figurante no Platoon). Que saudades de ver este filme, 'pá!
Por sua vez, a SIC brinda-nos com o grandioso American Ninja 4: The Annihilation (O Ninja Americano 4): pontapé, chapada, argumentos feitos em cima do joelho e muita foleirice cinematográfica da época (olhares mortíferos, golpes devastadores mas só para os maus e a bela da cena de amor com uma loira). Este filme, já de 1990, marca o fim desta série (já era tempo, não?) de filmes baseados em ninjas, um dos géneros que eu mais gostava na altura. Um filme mau, muito mau, sejamos francos, mas que vale pela nostalgia.

Qual deles é que escolherei para passar hoje o serão? Ainda não sei bem, mas estou mais inclinado para ver se ainda tenho pesadelos com o Freddy Krueger...

Sinais de desespero ou a luz ao fundo do túnel?

Um conselho amigo à borlix: se procurarem do outro lado (em Espanha) deve sair-vos(-nos) muito mais barato.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Um verdadeiro "murro-no-estômago" cinematográgico

Vi ontem este filme, The Quiet Earth ("Terra Tranquila"), e que filme! Não tanto do ponto de vista da qualidade da realização ou dos actores mas antes do argumento que está por detrás.
Esta produção neo-zelandesa (sim, eu disse neo-zelandesa) de 1985 parte de uma premissa bastante simples: um homem que acorda um dia e dá por si como a única pessoa restante à face da Terra. Com claras inspirações em 2001: A Space Odyssey (mas menos enfadonho), The Quiet Earth é daqueles filmes que nos põem a pensar sobre o sentido da vida e da morte, qual o nosso papel no Universo, para onde vamos e que controlo temos afinal sobre todas estas questões e o nosso destino. É um tipo de ficção-científica bem alternativa mas que faz exactamente o meu género de filmes e livros (sim, porque este filme não é mais que a representação gráfica de um livro com o mesmo nome, mais um título com que vou andar a chatear as meninas da Fnac). Recomendado para os apreciadores do género, sobretudo pela sublime cena final, que nos deixa com ainda mais perguntas que respostas. Um verdadeiro "murro-no-estômago" cinematográfico.
Este foi o único video que encontrei no Youtube de The Quiet Earth. Não é o que melhor ilustra a mensagem do filme mas exemplifica bem o estado a que uma pessoa chega ao deparar-se completamente sozinha no planeta, como acontece com a personagem principal do filme que passa da razão inicial para a loucura, entre a tentativa de suicídio e a auto-proclamação como Deus:

(sim, ele tem vestido uma camisa de noite feminina. eu avisei que ele estava maluco...)