domingo, fevereiro 25, 2007

Poesia bocagiana XVII

Soneto do corno interesseiro
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Uma noite o Scopezzi mui contente
(Depois de borrifar a sacra espada
Que traz de rubra fita pendurada
Com cuspo, e vinho, que vomita quente):
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Conversava co'a esposa em voz tremente
Sobre a grande ventura inesperada
De ser a sua Plácida adorada
Por um Marquês tão rico, e tão potente:
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A velha lhe replica: Isso é verdade;
Enquanto moça for, nunca o dinheiro
Faltará nesta casa em quantidade.
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"Mas tu sempre és o tafulão primeiro:
Pois tendo cabrão sido noutra idade,
És agora o maior alcoviteiro!"

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