The O. C. - Na Terra dos Ricos
Esta noite os telejornais das três estações nacionais abriram em simultâneo com a mesma notícia: o falhanço da OPA da Sonae sobre a PT, esse tão publicitado e megalómano negócio que nunca chegou a sê-lo, de e por obra e graça dos barões que mandam nesta treta onde vivemos e pagamos impostos.
Com esta exagerada cobertura televisiva e consequentes comentários de certas e determinadas pessoas que dizem que sabem do que dizem, foi relegado para segundo plano o país real, uma coisinha sem importância que por acaso também aconteceu hoje, apenas cerca de 100000 pessoas a protestar em Lisboa contra as políticas do Governo, coisa pouca portanto e insignificante.
O destaque que se dá neste país aos barões que brincam alegremente ao monopólio entre si e o desprezo pelo país real em que vivemos é só mais um exemplo de que algo vai mesmo muito mal neste país. E nós o que fazemos? Calamos, comemos, e siga para bingo, ou não estivessemos em Portugal.
Ah, pois!
2 comentários:
boas... eu cheguei aqui por via do blog do markl... isto um gajo perde-se na net.. eh eh
li este post e nao posso deixar de dizer que nao concordo com a visão um tanto quanto preconceituosa dos tais 'barões'. O sucesso da OPA era importantíssimo, a meu ver, para o desenvolvimento do mercado das comunicações em portugal, mas infelizmente, à conta do Sr Joe Berardo (esse sim um barão!) e companhia, e principalmente devido à aversão ao risco dos portugueses, a OPA foi rejeitada. mas tudo bem... a vida continua e com o tempo essa falha vai ser corrigida.
Mas também não posso ler este facciosismo rico vs pobre, porque não é nem de perto nem de longe o reflexo da sociedade em que vivemos. (keria escrever + mas n dá. fica a ideia)
Bem, sem dúvida que a OPA seria importantíssimo para o mercado das telecomunicações, mas não para os portugueses em geral.
Os monopólios e a cartelização dos produtos e serviços é sempre, mas sempre negativa para os consumidores comuns, e é isso que viria a acontecer se este negócio fosse para a frente.
Mas aquilo que eu criticava directamente no post eram os critérios editoriais dos nossos telejornais, que fazem passar uma imagem de "Zé Povinho no País das Maravilhas" ao criar prioridades para notícias que não interessam à grande maioria dos portugueses, esquecendo os verdadeiros problemas do país.
Não sei se sou a única pessoa a pensar assim mas eu nunca poria um negócio de alguns que nunca chegou a sê-lo à frente do descontentamento de 100000 pessoas que se manifestaram contra o Governo (por isto ou por aquilo, com razão ou sem razão).
É este mesmo preconceito editorial que dá prioridade a um americano morto e que só depois noticía uma centena que morreu num país qualquer do terceiro mundo. Infelizmente parece que seguem a frase do Estaline, "uma morte é uma tragédia, um milhão de mortes é uma estatística".
Espero que tenha esclarecido bem a minha posição.
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