Continuando a série de posts dedicados às minhas aventuras carnavalescas em Trás-os-Montes, aqui fica um exemplo do cenário que encontrámos passados um ou dois dias depois de lá chegarmos:
Neve. É branca, é fria, dá para fazer umas brincadeiras e não nos deixa trabalhar.
Por um lado é uma coisa que não se vê todos os dias (pelo menos cá em baixo em Marrocos, tirando
aquele Sábado anormal de Janeiro) e o pessoal fica todo maluco e começa a atirar bolas de neve uns aos outros e coiso e tal. Por outro lado, se o pessoal está aqui para fazer prospecção, com neve por todo o lado é que não dá para fazer nada. E se está a nevar isso só pode querer dizer uma coisa:
"está aí um briol do caraças lá fora, c'um catano!".
A vantagem da chuva em relação à neve, já que ambas não nos deixam trabalhar, é que ninguém se lembra de ir lá para fora para o meio da rua e começar a atirar bolas de chuva à malta. Logo, quando está a chover, pensamos um bocadinho melhor e vamo-nos recolher num tasco acolhedor (nem que sejamos os únicos clientes e não haja mais nada para fazer do que consumir uns sumozinhos de cevada com alcagoitas, como também chegou a acontecer).
É um facto e está cientificamente provado: a neve mete o pessoal a bater mal! Todos vocês se lembram da histeria generalizada de 29 de Janeiro quando nevou em todo o país, toda a gente saiu à rua e as televisões bombardearam os telespectadores com directos de todos os sítios inimagináveis onde caiu um floco de neve.
Prova disto que acabo de dizer foi o boneco de neve que alguém da nossa equipa que não eu (e que salvaguardarei o anonimato), gravemente afectado pelo estado de histeria colectiva que provoca a neve, resolveu fazer no tejadilho do nosso chaço de serviço em pleno parque de estacionamento do Ecomarché de Macedo de Cavaleiros:
Chamo a vossa atenção para o laço ao pescoço do boneco feito com um irónico papel de rebuçados
Flocos de Neve e para a antena da
voiture a despontar de uma localização estratégica no corpo do boneco. Este menino (o boneco) ainda chegou a aguentar-se uns bons dois ou três dias (tal era o frio que se fazia sentir), passeando alegremente por todas as aldeolas, contrastando com a cara de espanto e de desaprovação da comunidade indígena, até que, aos poucos, acabou por derreter e desistir de lutar contra os solavancos do jipe.
Outra história verídica que prova o estado de imbecilidade que nos invade assim que começa a nevar aconteceu comigo, quando parámos para uma batalha de bolas de neve depois de um dia de trabalho (sim, desta vez trabalhámos). Aqui o je, tal era o esvaziamento cerebral na altura, estava todo entusiasmado com a coisa que, passados 10 minutos de andar nisto das brincadeiras na neve, deixou de sentir as pontas dos dedos e ocorreu-lhe, assim como quem não quer a coisa: "hmm... se calhar devia ter calçado antes as luvas... é que elas também estão mesmo ali dentro da mochila... hmm... se calhar é melhor fazer isso... seria um bocado deprimente ficar sem as pontas dos dedos sem, pelos menos, ter subido ao Evereste como o outro... hmm...".
(este post sobre neve, frio e tal, foi escrito num momento em que a contipação iniciada ontem ataca com enorme pujança. Devo ser mas é masoquista...)
1 comentário:
Agora a sério:acho que deviam fazer estudos químicos à neve! é uma cena muito estranha, que faz cenas muito estranhas!
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