domingo, abril 29, 2007

Poesia bocagiana XXVI

O
Soneto do juramento
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Eu foder putas?... Nunca mais, caralho!
Hás de jurar-mo aqui, sobre estas Horas:
E vamos, vamos já!... Porém tu choras?
"Não senhor (me diz ele) eu não, não ralho":
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Batendo sobre as Horas como um malho,
"Juro (diz ele) só foder senhoras,
Das que abrem por amor as tentadoras
Pernas àquilo, que arde mais que o alho".
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Co'a força do jurar esfolheando
O sacro livro foi, e a ardente sede
O fez em mar de ranho ir soluçando...
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Ah! que fizeste? O céu teus passos mede!
Anda, herético filho miserando,
Levanta o dedo a Deus, perdão lhe pede!

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