Obcessões futéis e patológicas nacionais (I)
Ter o nome no Guiness
Pois é, mesmo depois da maior feijoada do mundo na maior ponte da Europa em 1998, esta grande paranóia nacional não pára.
Não é que hoje nas notícias estavam a dar uma reportagem sobre um grupo de pessoas (possivelmente com graves perturbações mentais) ali, afincadamente, a construir o maior presépio de chocolate do mundo! Sim, o maior presépio de chocolate do mundo, com o objectivo de destronar o anterior recorde italiano da façanha (há muita gente doente neste planeta...).
E mais, segundo um destes operários do chocolate, este presépios está já a ser preparado à muitos meses! Aposto que já mudaram de ideias em relação a provar esta... obra-prima.
Para rematar a imbecilidade nacional manifestada em coisas grandes e compridas (ainda não compreenderam que não é só o tamanho que conta), vai-se acender hoje a maior árvore de Natal da Europa, no Terreiro do Paço, em Lisboa.
Ora, a grande questão que se coloca é: Mas para quê?? Sim, para quê? Vai melhor a qualidade de vida dos portugueses? Não, só a dos que vão alargar a conta bancária à pala dos patrocinadores destes... eventos. Vai aumentar a nossa auto-estima e orgulho em sermos portugueses? Sim, aí durante cerca de 20 segundos, porque depois deixa de ter interesse, emboraninguém consiga resistir a levar para casa uma foto do recorde.
Deviam era de tratar de pensar em eliminar outros recordes vergonhosos como o de país europeu com mais casos de tuberculose, SIDA, desemprego, corrupções e afins.
Querem recordes para se orgulharem? Então fiquem a saber que somos o país com o maior reinado de todas as monarquias europeias, com os 73 anos e 220 dias em que o nosso primeiro Afonsinho reinou. Se ele soubesse no que ia dar o país que acabara de criar, com o nacionalismo português babado com os nossos mais recentes feitos, como é o caso do maior stick de Hockey do mundo, com 17,25m e 1600kg...
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