segunda-feira, julho 31, 2006

'Jardiante'?

Alberto João Jardim organizou este fim-de-semana em Chão da Lagoa, Madeira, uma festa-comício que, pela descrição, mais parecia a festa dos "russos do contnent", senão vejam como foi:
Não fosse o facto de ter metido Tony Carreira à mistura e bandeiras alaranjadas e eu até ia pensar que estava a acontecer um Avante antecipado na Madeira. Será que assistimos à primeira edição do 'Jardiante'?

domingo, julho 30, 2006

Imagens da minha cidade

A alternativa ao já clássico "Lava-me porco":

"EU POUPO ÁGUA. E VOCÊ?"

sábado, julho 29, 2006

Dúvidas existenciais de quem esteve fora algumas semanas

1- O Scolari afinal fica ou vai-se embora?
2- Então e a época de fogos? Quando é que começa?
3- E a Gripe das Aves? Já estava na altura de cá ter chegado, pois no início do mês já estava no País Basco.
4- É verdade que o Jardel foi contratado pelo Beira Mar ou é só piada?
5- Porque é que a ONU não mexe um para impedir os israelistas de continuar as atrocidades a civis libaneses e invadir militarmente um Estado soberano? Não foi para isso que a ONU foi criada? O veto americano explica tudo ou os outros membros do Conselho de Segurança têm também interesses lá metidos?
6- E já agora: o desfalecido Ariel Sharon já bateu as botas ou não?
7- Quem é o actual Presidente da República portuguesa e, se não é pedir muito, o que é que ele tem feito?
8- Parece que o Malato foi de férias. O Manuel Luís Goucha não nos quer fazer o mesmo favor?
9- Quantas horas diárias de telenovelas é que estão a ser transmitidas agora na silly season?
10- O que é que se passa em Timor afinal? Vai mesmo pelo caminho de um governo-fantoche australiano como andam a tentar fazer nas florescentes democracias do Afeganistão e Iraque?
11- O Benfica vai mesmo repetir um ano de desgraças como sugerem os jogos de apresentação?

Back in business

Estou de volta, mas não por muito tempo. É só uma semaninha para recuperar forças antes de partir para mais outra escavação.
Entretanto sempre vai dar para ir actualizando aqui o blog e voltar a parvejar como é costume.
Aguardai novidades.

quarta-feira, julho 12, 2006

Aviso à navegação

São 3 da matina, acabei finalmente o meu trabalho de fim de curso que marca o final de um ano stressante que até pode ainda não ter acabado por aqui e parto já amanhã (ou hoje), não para umas merecidas férias ao Sol, mas para umas escavaçõezinhas (ao Sol) por este Portugal fora. Só deverei voltar aqui lá para o final do mês. Para não sentirem saudades deixei no último post uma prenda (?!), uma imagem com a minha fronha em todo o seu explendor (ou não).
Sei que com este momento de insanidade temporária acabei de perder milhares de fãs e, se calhar, até as duas ou três pessoas que até se davam ao trabalho de vir aqui ao blog.
Mas se é para a desgraça, é para a desgraça, como se costuma dizer!
Até um dia destes!

Memórias de uma prospecção (XVI e último!!!)

Aí está o terminar de um ciclo (em muitos sentidos). Alguns meses atrás dei início à publicação de pequenos retalhos das minhas aventuras no Portugal profundo em trabalho de prospecções arqueológicas na região de Trás-os-Montes, com muitos momentos Twilght Zone à mistura. Ainda deixei algumas fotos engraçadas de parte porque, sinceramente, já estava a ficar farto disto.
Para fechar o ciclo, e antes de partir para mais um Verão cheio de escavações arqueológicas aqui e ali, deixo aqui a pièce de resistance, a infame foto da minha pessoa junto a um marco deste nosso Portugal (muito melhor que a Torre de Belém e o Cristo-rei) que é a placa que assinala o Largo Roberto Leal (sim, leram bem), na terra que o viu nascer, Vale da Porca (sim, também leram bem).
Muito melhor que a mensagem "eu fui" do Rock in Rio, aí está um expressivo "eu estive lá", no Largo Roberto Leal, Vale da Porca City:
Não se surpreendam pelo aspecto demasiado agasalhado. Esta foto foi tirada durante o Carnaval e estava lá em cima um briol do catano (para não dizer outra coisa). Até apanhámos uns nevões pelo meio.

Balanço do Mundial V (e último)

Nuno Gomes (21) - Pronto, talvez o Boa Morte não tenha sido o maior injustiçado neste Mundial; o Nuno Gomes foi mais. Só entrou em campo para ficar com as sobras do jogo e numa das vezes consegui marcar em poucos minutos tantos golos como o Pauleta na competição inteira (1). Devia ter sido ele a primeira escolha do Scolari, dada a azelhice do Postiga e a falta de eficácia do Pauleta. Não quer dizer que iríamos chegar à final com o Nuno Gomes mas pelo menos iamos marcar mais golos Vamos a ver se no próximo Europeu não é obrigado a levar com o emplastro do Postiga no seu lugar, porque do Pauleta já se livrou.
Paulo Santos (22) - O melhor guarda-redes português do último campeonato lá conseguiu ir ao Mundial. Mas só porque o outro palerma do Bruno Vale (quem?) deu um pontapé no poste e partiu um dedo do pé (!!). É um grande guarda-redes sim senhor, duplamente barrado pelo Ricardo e pelo Quim, mereceu a chamada e, dada a idade, bem que o Scolari podia ser simpático e dar-lhe pelo menos um minuto de jogo neste que foi o momento mais alto da sua carreira.
Hélder Postiga (23) - Aí está o emplastro em pessoa. Outro que não faz a mínima de como foi parar à Selecção (terá sido conselho do Padrinho?). É a personificação da falta de jeito quando toca na bola. Até o Pauleta produziu mais. Constantemente sobrevalorizado, lá se aproveita da falta de avançados do futebol português (basta ver ele jogar para ver como estamos desesperados). É um a mais no plantel e um a menos dentro de campo.
Gilberto Madaíl (O*) - Não tem mérito pela realização do Euro2004 (quem o conseguiu foram os investidores), não tem mérito pela contratação e possível permanência do Scolari (quem manda são os patrocinadores) e não tem o mérito por Portugal ter superado as espectativas no Mundial (ele que até ficou de molho um dia depois de uma noite de copos). É mais um parasita do futebol português e anda à pesca de um lugar na FIFA (para depois raspar-se e lavar as mãos de hipoteticamente não terem conseguido renovar com o Scolari). É uma besta de primeira, nem que seja por ter aderido à moda dos cinquentões que, depois de velhos, resolvem pintar o cabelo de loiro.
*O = Otário

terça-feira, julho 11, 2006

Balanço do Mundial IV

Boa Morte (15) - Na minha opinião o maior injustiçado deste Mundial. Só esteve uns ridículos 11 minutos em campo para fazer descansar um titular. Depois de fazer um dos seus melhores campeonatos em Inglaterra merecia muito melhor. Sempre que o Ronaldo se deixava levar com as suas fintas apalhaçadas eu queixava-me sempre para o tirarem e porem o Boa Morte para lhe mostrar como se joga futebol "sem espinhas" nem artifícios. O Scolari assim não o quis e o Boa continua a dar-se mal com a nossa Selecção. É pena, pois merecia muito melhor.
Ricardo Carvalho (16) - O patrão da defesa. Capaz de fazer cortes irrepriensíveis e com uma serenidade no jogo tal que até nos assusta até que ele pega e diz "está tudo controlado". Se com a lesão do Jorge Andrade se perdeu uma grande dupla na defesa, com o Fernando Meira ganhou-se outra grande dupla alternativa. Se fosse mais interventivo talvez conseguisse ocupar o lugar do líder deixado vago pelo Figo mas continua com aquele ar de que "estou aqui na minha, só vim ver (ou jogar) a bola...". É outro herói e só foi pena ter caído no jogo no Henry e ter deixado lá o pé contra a França.
Cristiano Ronaldo (17) - "Menina", "vedeta iluminada" e "puto mimado", tudo serve para lhe chamar. E com razão. É um diamante em bruto que, se não mudar a sua atitude, vai ser só mais um como tantos outros e cair no esquecimento (a não ser por andar com uma apresentadora de televisão). O talento está lá, disso não há dúvida, mas ainda precisa de amadurecer mentalmente. Subiu na vida cedo demais e talvez não merecesse a titularidade assim de mão beijada como a deu Scolari - primeiro à que fazer por merecê-la e isso também passa por criar espírito de grupo. Dispara fintas atrás de fintas (mesmo que não tenha ninguém pela frente), faz o tal "jogo bonito" mas que não leva a nada, quer ser sempre ele a rematar, mesmo que tenha alguém em melhor posição. Vê lá se arrumas mas é as ideias ou vais ser outro Gascoigne, sobrevalorizado num momento e caído em desgraça no outro depois das fintas que fez a si próprio.
Maniche (18) - O "cara-de-esquilo" vencedor do prémio "Bochecha de Ouro" deste Mundial, esteve presente em todos os jogos e superou sempre as espectativas. Aparece quando menos se espera e foi assim que se tornou o melhor marcador português da competição, disparando "bujardas" do fundo da rua como quem não quer a coisa. Apesar de depois estar desaparecido do resto do jogo, o Maniche conseguiu dinamizar o meio campo como à muito não se via nesta Selecção.
Tiago (19) - A eterna alternativa ao Maniche talvez merecesse estar mais presente neste campeonato depois a excelente época que fez em França. Revelou-se útil quando era chamado a entrar e não desapontou (só quando o Scolari o resolveu inventar como número 10). Vai ter mais oportunidades no futuro para mostrar o melhor que tem.
Deco (20) - O "mágico" foi uma das maiores desilusões portuguesas. É certo que os mais de 50 jogos que fez esta época pelo Barcelona lhe começam agora a pesar em cima mas, para o que dele era esperado não cumpriu. Apesar daquele golo salvador que marcou quando ninguém estava à espera, provou que não é um jogador decisivo e insubstituível. E aquela sua expulsão foi simplesmente idiota (mesmo com aquele Ivanov a disparar cartões). Tem momentos de génio mas não é um Rui Costa. Isto não tem a ver com o "é nacional, é bom" mas, se formos por aí, confesso que não me agrada a ideia de ver um brasileiro jogar por Portugal (ou pelo Japão, ou pela Tunísia, ou por qualquer país que não o Brasil). A sua presença na Selecção pode ser útil ou mesmo boa para Portugal mas para ele é muito melhor, já que não tinha possibilidade de competir com um Ronaldinho pela selecção canarinha. Não se trata de racismo ou xenofobia; trata-se da verdade desportiva - a inclusão de jogadores estrangeiros numa selecção desvirtua o valor potencial desse país. Isso faz parte do mundo dos clubes, não de via fazer do mundo das selecções. Pela maneira como lhe levantaram a fasquia, o seu desempenho tem que ser considerado uma desilusão.

Balanço do Mundial III

Hugo Viana (10) - Ganhou a camisola 10 nem sabe como mas isso não lhe garantiu lugar de destaque. Entrou em dois jogos mas não chegou a fazer uma hora de jogo no total. Há pouco a dizer do pouco que mostrou. Talvez merecesse mais oportunidades para mostrar o que vale. Talvez devesse ter sido testado no lugar do Deco a ver o que é que dava. Gostava de o ter visto a jogar mais, até para saber se ele vale ou não o que alguns dizem que vale, mas não foi possível. Fica para a próxima.
Simão (11) - Esteve presente em todos os jogos do Mundial (nem sempre a titular, é certo). Gostei de o ver a entrar em jogo, mostrando garra e determinação, uma autêntica arma secreta no banco do Scolari pronta a tentar fazer a diferença. Foi tipo o "canivete suiço" da Selecção do meio-campo para a frente, fazendo a direita, a esquerda, o centro e até o lugar de avançado. Infelizmente os defesas que apanhou pela frente eram muito bons e tinha quase o dobro do tamanho dele. Não há dúvida que é um grande jogador e parece ser o melhor substituto do Figo a curto prazo, embora ainda lhe falte a capacidade de liderança. Fez um bom Mundial e ainda teve tempo para fazer o gosto ao pé uma vez mas vai ser só no próximo e no Europeu de 2008 que será figura de proa e poderá mostrar o seu melhor futebol. Aguardaremos até lá.
Quim (12) - Não há nada a dizer, pois não saiu do banco uma única vez. Talvez devesse ter entrado uns minutos num jogo da primeira fase como prémio pelo apoio fora de campo mas o Scolari assim não decidiu. Arrisca-se a tornar-se um eterno suplento na sombra do Ricardo até porque têm quase a mesma idade.
Miguel (13) - Outro dos heróis portugueses deste Mundial. Mandou o Paulo Ferreira para o banco e mostrou em campo bastantes argumentos para continuar a ser titular. Defende bem, ataca melhor, o melhor que se pode pedir num lateral (e pensar que foi o Jupp Heynkes o primeiro visionário que o tirou do lugar de extremo direito para desenrascar a defesa...). Deu tudo o que podia em campo e só uma infeliz lesão o impediu de fazer o pleno no Mundial. Prevê-se uma rivalidade saudável entre ele e o Paulo Ferreira mas, seja qual for a escolha, temos a garantia de que a defesa está bem entregue.
Nuno Valente (14) - Algo "pesado" para o lugar que ocupa mas merece os parabéns pelo esforço em se mostrar mais móvel e atacante. Foi sempre primeira escolha (na falta de melhor) mas, entre os habituais titulares, pareceu ser o que estava menos tranquilo em campo. Não se pode apontar-lhe o dedo por nada - o Nuno Valente cumpriu e era isso que se esperava dele.

segunda-feira, julho 10, 2006

Balanço do Mundial II

Fernando Meira (5) - Só ele e o Ricardo fizeram todos os jogos e todos os minutos pela Selecção. Esteve imperial na defesa, muito sereno, raramente foi batido e conseguiu combinar muito bem com o Ricardo Carvalho, fazendo esquecer a lesão do Jorge Andrade. Apesar de mais discreto que os outros é, para mim, um dos heróis desta Selecção.
Costinha (6) - Dá a impressão que só foi à Selecção pelo compadrio com o Scolari mas a verdade é que Portugal está mal na secção dos "trincos-violentos-e-destruidores-de-jogo". É esse o seu trabalho, já que pouco mais sabe fazer (até mesmo o Petit consegue lançar ataques). Mesmo sem estar a jogar, Scolari não tinha grandes alternativas ao Petit e tinha mesmo que o chamar. Eu não estava à espera é que ele fosse primeira escolha. Discreto, lá fez alguns desarmes providenciais mas não me agradou. Vamos lá ver se aparecem jovens para a sua posição e lhe deixam arrumar as botas.
Figo (7) - O gajo que tinha abandonado a Selecção e depois voltou para fazer o Mundial mostrou que ainda é um grande jogador, sem dúvida o melhor desta última geração, que inclui nomes como o Rui Costa e o João Pinto. Fez todos os jogos, mas de maneira bastante sofrida na parte final (a idade já pesa), mas sempre que era solicitada, a sua classe estava pronta para ser distribuída às toneladas. Um verdadeiro líder como não estou a ver em mais nenhum dos outros jogadores. É o maior mas continua humilde e batalhador, um verddeiro modelo a seguir pelos mais novos. Devia ensinar isso ao Ronaldo para que o puto não se perca no futuro nas suas próprias fintas. Abandona (definitivamente) a Selecção após 127 chamadas em que esteve sempre ao seu melhor nível. Uma estrela como há poucas, muito poucas. Vai continuar a espalhar a sua classe, mas agora só com a camisola do Inter.
Petit (8) - O "pitbull" mereceu estar na Selecção e provou que é um jogador que faz falta lá (nem que seja pela falta de melhor). Tem garra, tem consciência da responsabilidade que é jogar nestes palcos e só é pena que a última imagem com que ficam dele neste Mundial seja o lance infeliz do auto-golo com a Alemanha. Não precisa de jogar de muletas como o Costinha mas acabou por ser sempre a segunda escolha do Scolari. É pena, merecia mais.
Pauleta (9) - Mais uma desilusão em grandes competições. Aqui a culpa não é tanto dele; é mais do Scolari: Pauleta tornou-se o melhor marcador de França ao ter uma equipa que o tinha como referência, que jogava para ele; Scolari não percebeu isso - na Selecção portuguesa as referências estão no meio campo e é lá que se centra o jogo da equipa, não no avançado. E Pauleta já não tem pedalada para fazer o trabalho de um avançado versátil, só o papel do ponta-de-lança mais quietinho que lá tenta fugir ao fora-de-jogo de vez em quando. Quando tentava vir buscar jogo, Portugal ficava sem ninguém para finalizar. O Pauleta aqui só encaixava se jogasse na companhia de um avançado mais móvel que lhe tirasse os defesas do caminho; assim, sendo ele o único avançado, o resultado era mais que previsível. Aqui a culpa é do Scolari que não o percebeu e continuou a insistir no “talismã” Pauleta à espera de milagres. Arruma as botas com o título de melhor marcador de sempre da Selecção portuguesa, destronando o grande Eusébio. Parabéns pela carreira mas assobios pelo desempenho neste Mundial.

"Joga Bonito"? Para ganhar não serve!

Uma marca de artigos desportivos andou a publicitar os seus produtos e o próprio Mundial de futebol com o slogan de "Joga Bonito". Resultado: as equipas que tentaram jogar bonito foram as primeiras a fazer as malas. Até o Brasil, de quem se esperava ver futebol bonito, fez pouco nesse sentido.
Este Mundial provou que, se quiserem ganhar, não se pode andar a entreter as pessoas com boas jogadas e fintas agradáveis à vista. O que interessa é jogar para ganhar, seja com que armas for. A prova disso foi a final de ontem, entre os matreiros italianos e os manhosos franceses.
Foi bom ver a Itália sagrar-se campeã por duas razões: a primeira porque são objectivos, eficazes, entram em campo para ganhar e não se perdem em palhaçadas inúteis do estilo "Joga Bonito"; a segunda porque mandaram para casa e calaram os franceses de vez, depois de os fazer sofrer a bem sofrer (errei na previsão: tinha dito que os italianos iam marcar no último segundo do último minuto dos tempos de desconto do prolongamento só para lixar os franceses, mas afinal deram-se ao luxo de o fazer nos penalties). Foram justos vencedores, mereceram (apesar daquele jogo com a Austrália ainda estar atravessado), e parabéns à Itália.
Um último recado para aqueles que nos chamaram de "selvagens":
-Aos ingleses, especialmente para o Rooney, fair-play é uma expressão inglesa, não é?
-Aos franceses, especialmente para o Zidane e o seu treinador, chauvinismo é uma expressão francesa, não é?

domingo, julho 09, 2006

Balanço do Mundial I

Por estranho que pareça, ainda há hipócritas neste país capazes de acusar tudo e todos por causa do 4º lugar no Mundial. Um 4º lugar, só a segunda melhor classificação de sempre da equipa portuguesa! A verdade é que antes de começar o Mundial ninguém esperava este resultado. Nem depois de ver a Selecção portuguesa jogar os primeiros jogos havia quem acreditasse que Portugal conseguisse ir tão longe (tirando os bimbos do costume que quando viam uma câmara de televisão diziam logo que já eramos campeões do Mundo e arredores).
Eu também não acreditava que eles fossem tão longe. Sinceramente, as exibições nos jogos da primeira fase não me davam muita confiança para o resto do campeonato. Foi depois da Holanda e da Inglaterra que, tal como a maior parte dos portugueses, comecei a acreditar que tudo era possível (pelo menos se tudo fosse jogado dentro do campo). Mas depois perderam com a França (mal, é verdade) e deixaram escapar o 3º lugar para a Alemanha (bem, é verdade).
E isso quer dizer que a participação portuguesa no Mundial de 2006 foi uma desilusão? Não, pelo contrário, o que eles conseguiram foi muito bom. É certo que tinham capacidade para ir mais longe mas a equipa tinha certas limitações (suspensões, lesões, certas posições mal compensadas...) e existem outros "factores" que não dependiam de nós.
É por isso que, pelo menos da minha parte, esta equipa no seu todo merece os parabéns pelo trabalho realizado na Alemanha. Vou passar agora para a crítica ao desempenho de cada um dos elementos responsáveis por esta campanha:
Luís Filipe Scolari (T) - Nunca achei piada à ideia de sermos treinados por um estrangeiro, continuo a achar que lá devia estar um português, mas a verdade é que o Scolari conseguiu convencer-me a dar-lhe primeiro o benefício da dúvida e agora o meu apoio, não incondicional mas sincero. Fique ou saia, Scolari teve o mérito de conseguir acabar com a influência das "máfias" do futebol português na Selecção nacional, soube impôr o seu modo de trabalho sem lamber as botas a ninguém, arriscou muito com a sua teimosia, saiu vencedor da maior parte das vezes que a sua teimosia era contestada e conseguiu criar um clima de apoio à Selecção como nunca se viu neste país (chegando mesmo a roçar o limite do absurdo em muitas ocasiões). Soube preparar bem os encontros com outras equipas mas em termos de reacção durante o jogo deixa ainda muito a desejar e cometeu mesmo alguns erros inadmissíveis para a sua experiência e fama de durão (a sua insistência na pouca eficácia de Pauleta e Postiga, querer proteger o Ronaldo em vez de lhe dar um puxão de orelhas, etc.).
Ricardo (1) - O Labreca voltou a surpreender tudo e todos. Não fosse os golos sofridos contra a Alamanha (de que até não teve grande responsabilidade) teria saído em beleza como um dos melhores guarda-redes e dos menos batidos nesta competição. Continua a não conseguir apanhar 90% das bolas que vão na sua direcção mas pelo menos consegue-as desviar quase todas. Protagonista de mais um momento memorável contra a Inglaterra, fez com que mais ninguém voltasse a falar no Vítor Baía (quem?) e é um dos merecidos heróis desta geração. Esperemos que continue a jogar assim pela Selecção e a dar frangos pelo Sporting. Mas só pelo Sporting, OK?
Paulo Ferreira (2) - Jogou muito pouco (só um jogo completo e entrou a meio de outros dois). Eu estava a contar que fosse ele o primeiro lateral direito mas a verdade é que o Miguel fez bem por merecer a titularidade até que se lesionou. É sem dúvida um grande jogador mas desta vez a concorrência esteve bem demais. Fica para a próxima.
Caneira (3) - Só fez um jogo e só para o Nuno Valente poder descansar. Não se mostrou muito e por isso não há muito a dizer. Para mim ele será sempre um central (o terceiro central desta Selecção na minha opinião) e não gosto de o ver a desenrascar a lateral esquerda. Se ele veio como lateral suplente então mais valia trazer um Jorge Ribeiro ou mesmo um Miguelito (só para fazer um jogo bem que eles podiam dar conta do recado).
Ricardo Costa (4) - Ainda está para descobrir como é que aqui foi parar. Tal como o Paulo Ferreira e o Caneira, só fez um jogo para tapar o lugar deixado pela suspensão do Ricardo Carvalho. Deu conta do recado (na medida do possível) mas eu preferia que fosse o Caneira a fazer esta posição. É bom jogador mas deixa a sensação que só lá está para valorizar e fazer o Pinto da Costa ganhar uns cobres.

Momento televisivo do dia

As três televisões nacionais a transmitirem durante meia-hora e em simultâneo as imagens aéreas de um autocarro.
A Galp esfrega as mãos de contente com a publicidade grátis dada de bandeja.
Gilberto Madaíl esfrega as mãos de contente com o encaixe financeiro (quem sabe para renovar com o Scolari, quem sabe para aloirar mais o cabelo) após ter deixado a Galp pintar o tejadilho do autocarro da Selecção à última da hora.

sábado, julho 08, 2006

Desta vez não foi sina...

Foi mais falta de vontade e más tácticas...
Perante isto só tenho uma palavra a dizer:
Scheisse!!!
Se calhar fazia falta um Sérgio Conceição de 2000... Lembram-se desse jogo?

sexta-feira, julho 07, 2006

Das efemérides

A 7 de Julho de 1099 teve início o cerco de Jerusálem, no âmbito da Primeira Cruzada. Tomada a cidade, o resultado foi este: «A repressão fora violenta. Os árabes que se encontravam no pátio da Grande Mesquita foram exterminados à espada e às lançadas. Aos judeus coube um destino pior, queimaram-nos vivos. Mataram inclusive os animais domésticos. (...) Até hoje os historiadores embaraçam-se com o número das vítimas que os cristãos fizeram em Jerusalém. Oscilam entre 6 mil a 40 mil mortos. Segundo o arcebispo Guilherme de Tiro, a cidade oferecia tal espetáculo, tal carnificina de inimigos, tal derramamento de sangue que os próprios vencedores ficaram impressionados de horror e descontentamento.»
A 7 de Julho de 2006, se dermos uma olhadela pela região, é este o cenário: «Israel mantém ofensiva em Gaza e número de vítimas cresce». Parece que, mesmo com mais de 900 anos de discernimento em cima (será?), continuamos a não aprender nada com a História. Mudou o nome e a religião dos assassinos e dos massacrados mas a situação (o desejo de extermínio do outro incómodo apoiado por falsas morais e interesses poderosos) mantém-se.
Ou a criança palestiniana ensanguentada que vi hoje no Telejornal é na verdade um vil e louco terrorista de irracionais instintos homicidas? Afinal quem são os terroristas no meio disto tudo?
O mundo ocidental demorou muitos séculos a reconhecer os massacres que caracterizaram as Cruzadas. Vai demorar tanto tempo assim para que reconheçam o que Israel está a fazer?

Agora que a ETA tinha acalmado

Gripe das aves chega ao País Basco

Já só faltamos nós. É só questão de acalmar a febre do Mundial e depois logo regressamos ao país real.

quarta-feira, julho 05, 2006

Triste sina...

Mais uma vez, é um penálti manhoso da França marcado por um argelino careca que afasta a equipa portuguesa de uma final...
Perante isto só tenho uma palavra a dizer:
MERDE!!!

Das metáforas mais apropriadas que já ouvi

A propósito do estilo de jogo da Itália e da hipótese de virmos a jogar com eles na final:
«Jogar com a Itália é como estar a fazer sexo com um morto. Um morto que depois acorda a dois minutos do final.» - Bubu, (Bolas Com Creme), Manhãs da 3, Antena 3

terça-feira, julho 04, 2006

Hmm... isto não estava nos planos...

Desde à muito tempo que eu ando a dizer que a final vai ser entre Portugal e a Alemanha. Afinal parece que não vai ser bem assim... No entanto, ainda há a hipótese de Portugal jogar no Sábado com a Alemanha, mas isso não seria bom sinal...
Não vamos pensar nisso e vamos antes tratar de calçar os patins também aos franceses e depois logo nos desenrascamos com a malta das pizzas.
E o Zidane, como está a fazer a despedida, bem merece levar algo melhor que uns patins, tipo uma Vespa. Olha para ele já cheio de pressa para voltar a casa:

segunda-feira, julho 03, 2006

Dos crónicos da treta armados em espertalhões num país que julgam ser de idiotas

Rui Pedro Baptista, jornalista (dizem que sim), gestor, ex-pivot da TVI (o que lhe dá muita credibilidade) e cronista nas horas vagas. Rui Pedro Baptista tem uma coluna de opinião ou crónica no jornal à borla Metro às Segundas-feiras. Esta Segunda-feira abro o Metro e até perco tempo para ler o que ele escreveu (podem ler aqui o pdf e conferir tudo na página 6).
E então ele começa assim: «No momento em que este artigo acabou de ser escrito, faltavam exactamente 48 horas para começar o jogo entre as selecções portuguesa e inglesa.» (ou seja, o artigo de opinião foi, então, terminado às 16h de Quinta-feira, dia 29 de Junho) «E por isso mesmo, o que aqui fica impresso, preto no branco é válido, independentemente do resultado do jogo.» (OK, ele quer-nos dizer, que, à data que isto foi escrito, desconhecia totalmente o resultado do jogo porque era simplesmente impossível sabê-lo e o que ele escreveu assim deve ser interpretado).
Mais à frente, depois de traçar enormes elogios à bravura dos nossos jogadores no jogo com a Holanda, ele acrescenta, como se não tivessemos percebido à primeira: «Mesmo que Portugal tenha perdido o jogo com a Inglaterra (e Deus queira que tal não se tenha verificado).» - mais uma vez apregoa que não fazia ideia do resultado do jogo que só iria ter início 48 horas depois (é lógico, é chato por estar a bater outra vez na mesma tecla mas é lógico).
Marcada a sua posição, de seguida muda radicalmente de assunto com duas notas: «A primeira sobre a demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros. Freitas do Amaral abandonou o Executivo. Deixou claro que por razões de saúde.» Mas calma aí! A notícia da demissão do Freitas só surgiu no dia 30! Mas se ele está a escrever às 16 horas do dia 29 como é que pode saber que isto vai acontecer no dia seguinte? No mínimo estranho, não é?
Mas, continuando, «A segunda nota para o pedido do PCP que pediu maior envolvimento do Governo para assegurar o cumprimento das contrapartidas assumidas pelas empresas estrangeiras.» OK, esta é mais difícil, mas eu fui pesquisar e sabem quando é que surgiu esta notícia? No dia 30 de Junho outra vez! Aliás, se o Rui Pedro Baptista tivesse lido com atenção a notícia do dia supostamente seguinte, até teria, porventura, acrescentado que esta reacção do PCP centra-se nas compras de equipamento militar e não teria escrito umas vagas duas frases. Mas ele não podia saber isso, pois não? Simplesmente ainda não tinha acontecido no dia 29 às 16 horas.
Ora, das duas, uma: ou Rui Pedro Baptista é especialista em lançar búzios e ler borras de cafés de forma a prever o futuro e antecipar-se aos verdadeiros jornalistas, ou Rui Pedro Baptista é um reles mentiroso que não se importa de inventar uma situação fictícia em que, depois de elogiar a Selecção nacional, faz um brilharete perante os leitores ao, inocentemente e sem intenção, fazer um rasgado elogio à garra da equipa no jogo com Inglaterra, de igual forma à demonstrado no jogo com a Holanda!
Rui Pedro Baptista, profissional muito baixo, crónico da treta e zero à esquerda em Matemática: Nem os portugueses são tão estúpidos como tu pensas e nem tu és tão esperto quanto julgas ser!
Uma dica: se querias fazer um brilharete bastava-te pôr 24 horas. É verdade que não te faz parecer assim bom e inteligente como pensas que és, mas escusavas de passar má figura e seres apanhado (pelo menos por mim) a fazer um autêntico insulto à inteligência nacional. Palhaço!

sábado, julho 01, 2006

Prémio 'És-grande-mas-não-és-grande-coisa' 2006

Perante tamanha azelhice verificada pelo premiado no jogo de hoje, o Dentro e fora orgulha-se de antecipar a entrega do Prémio 'És-grande-mas-não-és-grande-coisa' 2006. Os prémios Dentro e fora são normalmente entregues no final do ano mas, excepcionalmente, vamos já entregar este sem contestação a um vencedor mais que merecido.

E, sem mais demoras, o vencedor do Prémio 'És-grande-mas-não-és-grande-coisa' 2006 é Peter Crouch, ponta de lança da Selecção inglesa de futebol e jogador do Liverpool. Do alto dos seus 2 metros de altura, o sobrevalorizado Peter Crouch consegue ter quase tanta qualidade técnica no controlo da bola como eu (sim, eu acho que ainda sou melhor que ele e olhem que isso é dizer muito). E se no jogo de hoje ninguém deu pelo Beckham estar a jogar, só reparam no Crouch pelo seu aspecto aparentemente saído de um episódio rejeitado do The Twilight Zone.
É especialista em bolas aéreas mas não é o tipíco cabeçudo (tipo Jardel) que acerta todas na baliza. Ele simplesmente deixa-se lá ficar à espera que algum objecto voador perdido lhe bata na mona e, por obra e graça do Espírito Santo, tome a direcção da baliza. Foi parar à Selecção inglesa não sabe bem como, marcou uns golitos e pegou de estaca, graças ao desespero de Sven Goran Eriksson em arranjar pontas de lança ingleses com duas pernas em condições, o que levou Crouch a ter estado presente vezes demais neste Mundial com a camisola dos 'bifes'. Certamente apelidado de 'canetas' ('pens' em inglês) na sua infância, salva-o o facto de nos fazer soltar umas gargalhadas quando tenta correr todo desengonçado (e em vão) atrás da bola.

Um cromo digno de ir parar a um blog do tipo do vizinho Cepos dos anos 90, caso alguém se lembre um dia de fazer uma colecção dos cepos do novo milénio.

Não foi 'quinje a zero' mas foi como se fosse

Ricardo 'Labreca': Mais uma vez, de "mãos-de-manteiga" a "mãos-de-ouro" em 3 penáltis.