segunda-feira, julho 10, 2006

Balanço do Mundial II

Fernando Meira (5) - Só ele e o Ricardo fizeram todos os jogos e todos os minutos pela Selecção. Esteve imperial na defesa, muito sereno, raramente foi batido e conseguiu combinar muito bem com o Ricardo Carvalho, fazendo esquecer a lesão do Jorge Andrade. Apesar de mais discreto que os outros é, para mim, um dos heróis desta Selecção.
Costinha (6) - Dá a impressão que só foi à Selecção pelo compadrio com o Scolari mas a verdade é que Portugal está mal na secção dos "trincos-violentos-e-destruidores-de-jogo". É esse o seu trabalho, já que pouco mais sabe fazer (até mesmo o Petit consegue lançar ataques). Mesmo sem estar a jogar, Scolari não tinha grandes alternativas ao Petit e tinha mesmo que o chamar. Eu não estava à espera é que ele fosse primeira escolha. Discreto, lá fez alguns desarmes providenciais mas não me agradou. Vamos lá ver se aparecem jovens para a sua posição e lhe deixam arrumar as botas.
Figo (7) - O gajo que tinha abandonado a Selecção e depois voltou para fazer o Mundial mostrou que ainda é um grande jogador, sem dúvida o melhor desta última geração, que inclui nomes como o Rui Costa e o João Pinto. Fez todos os jogos, mas de maneira bastante sofrida na parte final (a idade já pesa), mas sempre que era solicitada, a sua classe estava pronta para ser distribuída às toneladas. Um verdadeiro líder como não estou a ver em mais nenhum dos outros jogadores. É o maior mas continua humilde e batalhador, um verddeiro modelo a seguir pelos mais novos. Devia ensinar isso ao Ronaldo para que o puto não se perca no futuro nas suas próprias fintas. Abandona (definitivamente) a Selecção após 127 chamadas em que esteve sempre ao seu melhor nível. Uma estrela como há poucas, muito poucas. Vai continuar a espalhar a sua classe, mas agora só com a camisola do Inter.
Petit (8) - O "pitbull" mereceu estar na Selecção e provou que é um jogador que faz falta lá (nem que seja pela falta de melhor). Tem garra, tem consciência da responsabilidade que é jogar nestes palcos e só é pena que a última imagem com que ficam dele neste Mundial seja o lance infeliz do auto-golo com a Alemanha. Não precisa de jogar de muletas como o Costinha mas acabou por ser sempre a segunda escolha do Scolari. É pena, merecia mais.
Pauleta (9) - Mais uma desilusão em grandes competições. Aqui a culpa não é tanto dele; é mais do Scolari: Pauleta tornou-se o melhor marcador de França ao ter uma equipa que o tinha como referência, que jogava para ele; Scolari não percebeu isso - na Selecção portuguesa as referências estão no meio campo e é lá que se centra o jogo da equipa, não no avançado. E Pauleta já não tem pedalada para fazer o trabalho de um avançado versátil, só o papel do ponta-de-lança mais quietinho que lá tenta fugir ao fora-de-jogo de vez em quando. Quando tentava vir buscar jogo, Portugal ficava sem ninguém para finalizar. O Pauleta aqui só encaixava se jogasse na companhia de um avançado mais móvel que lhe tirasse os defesas do caminho; assim, sendo ele o único avançado, o resultado era mais que previsível. Aqui a culpa é do Scolari que não o percebeu e continuou a insistir no “talismã” Pauleta à espera de milagres. Arruma as botas com o título de melhor marcador de sempre da Selecção portuguesa, destronando o grande Eusébio. Parabéns pela carreira mas assobios pelo desempenho neste Mundial.

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