Coisas que não suporto (IV)

A moda dos Pais Natais invasores de lares!

Já repararam que um pouco por todo o país e até na varanda da minha vizinha (e quem sabe da vossa) estão bonecos do Pai Natal, esse grande porco capitalista, pendurados por uma corda?

O que é que pretendem dizer com isto? Que a crise chegou à Lapónia e o Pai Natal já não pode sustentar o trenó? Que as renas deixaram-no, quem sabe em busca de um futuro melhor num qualquer país do ocidente europeu? Que o gajo já não cabe nas chaminés? Que afinal essa figura carismática (não deixando por isso de ser um grandessissimo porco capitalista) é um vulgar meliante que pretende assaltar as nossas casas? Servirá de aviso para os ladrões a sério com o objectivo de passar a mensagem de que "esta casa já tá a ser assaltada, pá! procura mas é outra, ó palhaço!" como costumam fazer com os bonecos em porcelana de andorinhas para as verdadeiras não fazerem ninho nas nossas varandas? Será que os nossos ladrões são tão estúpidos assim para cairem nessa?

Sinceramente, eu não sei. Só sei é que pelo menos esta moda (que começou a dar os primeiros passos já no ano passado) gasta menos que o Natal psicadélico do último ano, em que todas as casas das principais avenidas pareciam competir entre si pela casa com mais luzes, competição aliás tipicamente portuguesa que começou com a luta pela 'Casa De Imigrante Mais Foleira E Colorida Da Aldeola Mais Esquecida Do Interior Português' e passou recentemente pela competição 'Qual O Treinador Holandês Mais Incompetente Que Um Clube Grande Português consegue Contratar?'.