quarta-feira, abril 26, 2006

Hoje vi (finalmente) este filme (e aconselho-vos outro)

V for Vendetta - V de Vingança (2005)
Ainda influenciado pelo espírito revolucionário de ontem, que melhor filme para ver do que este? É aqui recuperada a luta que Guy Fawkes travou 400 anos antes num presente ficcionado mas que não está muito longe do nosso. Este filme dá-nos uma nova visão do terrorismo - o terrorismo pela liberdade vs. o terrorismo de Estado, onde impera a lei do medo (não é no fundo o que o senhor Bush está a fazer nos dias que correm?). Desconhecia a graphic novel que deu origem ao filme mas fiquei com enorme vontade de a conhecer melhor.
Quanto às representações, a Natália lá escapa mas a presença da voz do Hugo Weaving por detrás da máscara está excelente. Nota positiva ainda para os momentos de fúria do John Hurt no papel do líder autoritário. Dou-lhe um 18.

Por falar no John Hurt e para quem gosta desta temática das "utopias negativistas" acerca do nosso futuro, recomendo vivamente o visionamento deste filme:

Nineteen Eighty-Four - Mil Novecento e Noventa e Quatro (1984)

Trata-se da transposição fiel para cinema do romance de George Orwell com o mesmo nome, o local onde surgiu a famosa tagline "Big Brother is watching you". A influência que este livro teve na criação da história de V for Vendetta é mais que evidente - a habitual luta contra o controlo e a tirania - o que muda entre os dois sãos os meios usados pela resistência. De resto, não o argumento, mas o conceito de Nineteen Eighty-Four inspirou mesmo a trilogia Matrix. Um filme essencial para quem quer entender como é que chegamos a determinadas realidades do nosso mundo moderno e sobretudo de como se consegue cegar completamente uma nação através da mentira e do controlo das suas liberdades

Aqui John Hurt é o protagonista e está exactamente do lado oposto da barricada - representa um homem que se atreve a pensar contrariamente à lei ditada pelo sistema. A sua representação está excelente, sobretudo nos momentos em que interpreta um homem confuso que questiona a realidade que tem perante os seus olhos e um homem vazio de vida depois da tortura e lavagem cerebral a que é sujeito.

Como sempre, por muito bom que possa ser, o filme nunca supera o livro. É por isso que o filme leva apenas 16 valores, enquanto que o livro é mais que merecedor de um incontestável 20. E, por favor, vejam se pegam neste livro; garanto que vale mesmo a pena (a Antígona tem um óptima edição em português que podem encontrar em qualquer lado ou então têm aqui uma versão online em inglês).

1 comentário:

Koba disse...

O filme nunca vi, o livro é extraordinário