sexta-feira, abril 14, 2006

Memórias de uma prospecção (VII)

Uma das coisas que distingue o Homem dos demais animais é a sua obcessão em se destacar dos seus semelhantes, nomeadamente através da ostentação do seu poder e riqueza. É assim com as peças de joalharia, é assim com os grandes carrões, e é assim com as casas dos emigras. E que melhor sítio para contemplar as casas dos emigras (ou "avecs") que o Nordeste transmontano?
Peço desculpa pelas imagens não serem muito esclarecedoras, mas lá estava eu novamente esticado sobre um muro e com a agravante de, desta vez, ter a vizinha da casa em frente a olhar desconfiada para mim (tenho a impressão que terá mesmo chegado a ligar para a GNR). O que se passa aqui é que esta casa tem uma escada exterior que liga ao segundo piso (custava muito subir por dentro) com TRÊS saídas para o quintal, separadas umas das outras por apenas meia dúzia de metros.
Já estou a ver a cena: "Oh Jean Pierre, vien ici ao quintal, ófashavôr! Por aí non, estúpido que vais dar à parte derrière e tens que dar uma g'anda volta! Vite, Vite!"
É que das duas uma: ou este é mesmo um país de doutores e engenheiros (e quem diz engenheiros diz arquitectos), ou é mas é um país cheio de cromos e convencidos!

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