domingo, janeiro 28, 2007

Poesia bocagiana XIV

Soneto do diálogo conjugal
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Não chores, cara esposa, que o Destino
Manda que parta, à guerra me convida;
A honra prezo mais que a própria vida,
E se assim não fizera, fora indigno.
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"Eu te acho, meu Conde, tão menino
Que receio..." — Ah! Não temas, não, querida;
A francesa nação será batida,
Este peito, que vês, é diamantino.
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"Como é crível que sejas tão valente?..."
Eu herdei o valor de avós, e pais,
Que essa virtude tem a ilustre gente.
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"Porém se as forças desiguais...?"
Irra, Condessa! És muito impertinente!
Tornarei a fugir, que queres mais?

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