La Féria a reescrever a história

Ainda à pouco estava eu a fazer zapping até que passo pela TVI (aquele OVNI televisivo encalhado no quarto canal da grelha) e estão a dar o espectáculo das Maravilhas de Portugal e do Mundo (e arredores, já que parece que está para lá o Castelo Branco e outros extraterrestres do género...).

Ora, no exacto momento em que estou a ver compreendo logo que o La Féria está, como é seu costume, a apalhaçar uma coisa que poderia (e deveria) ser séria, com um grupo de bailarinas, vestidas como homens das cavernas (estilo Flintstones) a propósito de um dos candidatos, o Stonehenge.

La Féria, 'pá, se fosses minimamente profissional davas-te ao trabalho de te informar melhor sobre aquilo que mostras. Não foram os Flinststones que construiram o Stonehenge! Os últimos estudos (daquela malta a que chamam de "arqueólogos" que, parece que não, até percebem um bocadinho da coisa) apontam a data da primeira fase de construção do monumento para cerca de 3000 a.C., uma altura em que já ninguém andava com mocas na mão (esses são os paleolíticos e também não é bem assim) nem curtas peles para mostrar as pernas belas e carnudas (isso é só a tua taradice a vir ao de cima). De facto, a construção do Stonehenge remonta, pelo menos, ao Neolítico (pessoal que só chegou às ilhas britânicas em cerca de 4000 a.C.), embora, na minha modesta opinião, a maior parte do monumento hoje visível seja já do Calcolítico (mas que sou eu, apenas um desses "arqueólogos" e não o mestre da revista e das cantorias apalhaçadas...).

La Féria, 'pá, ganha juízo e deixa de ser parvo e de fazer revistas de tudo aquilo que vês à tua frente, porque só te fica é mal e já ninguém tem pachorra para isso.

A seguir ao Stonehenge iam cantar as Pirâmides de Gizé. Escusado será dizer que a aversão ganhou à curiosidade e eu mudei imediatamente de canal para evitar ver mais figuras tristes.